Por Alexandre Rossi – Dr Pet
As festas de fim de ano deixam a casa mais cheia e animada. Para algumas pessoas, isso é motivo de alegria. Para muitos pets, é um grande desafio. Pessoas chegando, cheiros novos, sons mais altos e aquela movimentação típica.
Alguns cães pulam nas visitas, outros se escondem e vários conseguem encontrar qualquer comida esquecida na mesa. Por isso, preparar o pet para receber visitas é uma forma de garantir bem-estar, segurança e convivência tranquila. Confira como fazer isso, a seguir.
A base para um bom comportamento durante as visitas não acontece no dia do evento. Ela começa antes. Ensinar comandos como “senta”, “fica”, “caminha” e “não/deixa” estimula a obediência e o autocontrole.
Além disso, esses comandos ajudam o pet a saber o que fazer quando há muita gente em casa. E isso evita situações de risco, especialmente nas festas, quando alimentos com uva-passa, chocolate e cebola podem estar ao alcance do pet sem que ninguém perceba.
Preparar o ambiente e adaptar o pet também faz toda a diferença. Um espaço reservado, com cama e brinquedos recheados, funciona como porto seguro para muitos cães. E atividades de lamber ajudam a reduzir a excitação.
Para gatos, caixas, tocas e prateleiras altas asseguram rotas de fuga e pontos de observação. Isso porque quanto mais opções de controle o pet tiver, mais tranquilo ele tende a ficar.
E, sempre que possível, um bom passeio ou brincadeiras com o tutor antes da chegada das visitas ajuda a equilibrar a energia e facilita o autocontrole.
A chegada das visitas é um momento que altera completamente o ambiente do ponto de vista do pet. Ele não sabe quem está entrando nem por que a rotina mudou. Por isso, os primeiros minutos são decisivos para evitar estresse, medo ou empolgação exagerada.
Pets medrosos tendem a recuar, observar de longe, latir ou evitar contato. Forçar aproximação nesses casos piora o desconforto e pode gerar comportamentos defensivos. Para esses os animais, a regra é oferecer espaço e permitir que a aproximação aconteça no tempo deles. A visita pode convidar com calma, falar baixo e oferecer um petisco sem avançar. O pet só se aproxima se quiser.
Pets muito sociáveis, por outro lado, podem receber a visita pulando, lambendo e, às vezes, ficam tão excitados que perdem o autocontrole. Aqui, o ideal é usar os comandos que foram treinados antes das festas para organizar a interação. E alguns precisam ser contidos com guia nos primeiros minutos para não pularem nas visitas.
No dia da visita, pedir um “senta”, um “fica” ou mandar ir para a cama enquanto as pessoas entram já evita pulos, atropelos e aquela empolgação que pode assustar os convidados.
Alguns cães muito sociáveis também precisam de um cuidado extra. O Barthô era assim. Ele ficava animado só de ouvir o interfone, mas essa empolgação muitas vezes saía do controle. Então, eu direcionava ele a um brinquedo sempre que o barulho aparecia para diminuir a excitação. Também pedi para a portaria não anunciar mais as visitas.
Outros cães sociáveis podem ter outro tipo de desafio. A Estopinha, por exemplo, recebia todo mundo com alegria, mas depois de alguns minutos começava a circular perto da mesa tentando achar comida. Nesse caso, o manejo era supervisionar e orientar todo mundo para terem atenção.
Também vale oferecer atividades que mantenham o pet ocupado. Brinquedos recheados, mordedores e coisas para lamber ajudam a reduzir a excitação. E se ele parecer cansado ou incomodado, é uma boa ideia dar alguns minutos em um ambiente mais calmo.
Alguns pets realmente não se sentem confortáveis com a casa cheia. Eles ficam mais tensos, demonstram irritação, vocalizam mais ou tentam se afastar de qualquer interação. Nesses casos, insistir para que participem da festa só aumenta o desconforto. O mais importante é entender que nem todo pet gosta desse tipo de situação, e tudo bem.
Para esses animais, a melhor estratégia é manter o dia o mais previsível possível. Manter horários, evitar mudanças bruscas na rotina e oferecer momentos de descanso antes e depois da visita ajudam muito. Alguns pets ficam bem em casa desde que não precisem lidar diretamente com a movimentação.
Mas outros pets se incomodam até com o barulho e a agitação à distância. Nesse caso, vale considerar alternativas. Levar o animal para um hotel de confiança pode ser a forma mais confortável e segura de atravessar datas cheias de visitas.
O papel do tutor é observar esses sinais e ajustar expectativas. Afinal, não existe um jeito certo de reagir às visitas.
Aproveito para desejar a todos um Feliz Natal, excelente Réveillon e ótimo 2026!
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Alexandre Rossi, conhecido como Dr Pet, é especialista em comportamento animal, zootecnista e médico-veterinário. Junto de seus pets, Estopinha e Barthô (in memoriam), Bruno e a gatinha Miah, ele é a maior referência no assunto do Brasil, divulgando seu conhecimento em estudos científicos, cursos on-line, programas de TV e redes sociais.
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