Ferret: guia completo de cuidados com esse pet curioso
Publicado em 13 de setembro de 2025Tempo de leitura: 13min

Do corpo magro ao pelo sedoso e personalidade curiosa, o ferret é um pet irresistível.
O ferret (Mustela putorius furo) é um mamífero carnívoro da família dos Mustelídeos, parente da lontra, do texugo e da doninha. Domesticado há mais de dois mil anos, já foi usado em caças, mas hoje é um dos pets não convencionais mais procurados por quem busca um companheiro cheio de energia e personalidade.
Brincalhão, afetuoso e curioso, o ferret conquista rapidamente quem convive com ele. Ao mesmo tempo, exige atenção especial: é um explorador nato, capaz de se meter em encrencas quando não está sob supervisão.
Assim como os gatos, é um animal que dorme bastante — mais de 14 horas por dia — mas, quando acorda, gasta energia sem parar. É esse contraste entre longas horas de descanso e explosões de atividade que torna o dia a dia com um pet tão particular.
Índice
- O que você precisa saber sobre o ferret
- Furão ou ferret? Eles não pertencem à mesma espécie
- Tipos de ferrets
- Saúde e cuidados específicos
Alimentação e hidratação
- Higiene
- Sono
- Adaptação da casa
- Atividade física e passeios
- Cuidado especializado para o seu ferret
O que você precisa saber sobre o ferret
Antes de mais nada, vale ressaltar a diferença do ferret para o furão. Apesar de muitas vezes serem usados como sinônimos, o furão é um animal não domesticado. Já quando falamos do ferret, mencionamos o pet comercializado. Com isso, é possível entender mais sobre ele e a sua história de domesticação.
Apesar da aparência pequena, o ferret não é um roedor, e sim um mustelídeo. Seu comportamento lembra o dos gatos, especialmente por compartilhar o instinto de caçador: escondem objetos, perseguem brinquedos e adoram se embrenhar em túneis.
Muito comuns em quase todo o Sul da América do Sul, os furões são animais de corpo e cauda compridos, patas curtas e pescoço longo, podendo chegar, em média, até 52 cm, sem contar com a cauda, que pode medir até 19 cm.
Normalmente, não são vistos sozinhos: andam sempre em pares ou grupos pequenos. Eles costumam se comunicar entre si com vocalizações e usam buracos como tocas. Apesar de realizarem algumas atividades durante a noite, são animais considerados diurnos.
A expectativa de vida do furão varia entre 7 e 8 anos. Outra característica marcante é a sociabilidade: eles são afetuosos, gostam de interagir com o tutor e precisam de tempo diário fora da gaiola para brincar, passear e gastar energia.
Justamente por serem curiosos e caçadores, não podem ficar soltos sem supervisão. Já as características físicas são destacadas pela variedade de cores e manchas específicas da pelagem.
Furão ou ferret? Eles não pertencem à mesma espécie
Como dito, é muito comum se referir ao simpático pet de corpo alongado como furão de estimação. Mas você também já deve ter conhecido quem não abra mão de chamá-los por um nome americano: ferret. Mas, afinal, qual é o certo? Os dois nomes se referem à mesma espécie?
Além da diferença em termos do animal ser domesticado (ferret) ou não (furão), há diferenças biológicas. Enquanto o furão é brasileiro, o ferret é americano, correspondendo ao famoso animal de estimação. Daí o nome em inglês.
Respectivamente, as espécies são o Galactis cuja (furão-pequeno) e Mustela putorios (ferret). Ambos pertencem à mesma família: a dos mustelídeos, da qual também fazem parte as lontras, os texugos e as doninhas.
Na prática, não tem problema chamar o ferret de furão de estimação, sendo comum encontrá-lo com esse nome. Mais importante que isso é adquirir esse e qualquer outro pet sempre de forma legalizada, não contribuindo para o tráfico de animais.
Ferret: um estrangeiro em terras brasileiras
Tecnicamente, são chamados de animais exóticos todos aqueles que não são naturais de determinada região. Mesmo que alguns já sejam criados no Brasil e tenham liberação do Ibama para serem comercializados como animais de estimação.
No caso dos ferrets, esses mamíferos são importados diretamente dos Estados Unidos, de um criador autorizado, podendo ser encontrados somente em locais licenciados.
Por determinação do Ibama, os ferrets que chegam aqui já devem estar obrigatoriamente castrados e microchipados. Esse microchip contém o número de identificação do pet.
Ao adquirir um furão doméstico (ou seja, um ferret), você também deve assinar um termo de responsabilidade pelo animal.
Tipos de ferrets
Embora compartilhem os mesmos hábitos, os animais da espécie podem apresentar uma grande diversidade de cores e pelagens, resultado da seleção em criadouros especializados. Confira os principais tipos de ferrets:
- Albino: pelagem branca uniforme e olhos vermelhos. Costumam ser muito chamativos, mas exigem maior cuidado com a exposição solar, já que podem ter sensibilidade na pele e visão.
- Sable: talvez o mais comum, com corpo marrom escuro, máscara facial característica e pontas dos pelos mais claras.
- Champagne: tonalidade mais clara e acinzentada, semelhante ao sable, mas com cores mais diluídas.
- Panda: apresenta manchas brancas distribuídas pelo corpo e na cabeça, lembrando o padrão do urso que dá nome à variação.
- Silver e Cinnamon: menos comuns, com pelagem prateada ou em tom canela.
Independentemente da coloração, todos os ferrets compartilham a mesma personalidade ativa, brincalhona e exploradora. A escolha costuma ser apenas estética, mas vale lembrar que algumas variações podem ter predisposição genética a problemas de saúde, reforçando a importância do acompanhamento veterinário.
Saúde e cuidados específicos
Ter um furão saudável significa investir em acompanhamento constante e em uma rotina de prevenção. Apesar de pequenos, eles são predispostos a algumas doenças e, por isso, consultas regulares e atenção aos sinais do dia a dia são indispensáveis.
Prevenção
A prevenção é sempre o primeiro passo. Consultas semestrais com veterinários especializados em pets não convencionais ajudam a identificar problemas antes que avancem. Check-ups de rotina, exames de sangue, fezes e imagem são ferramentas essenciais para monitorar a saúde.
Também é importante manter o calendário vacinal atualizado — as principais vacinas são a antirrábica e a contra cinomose, com doses de reforço aplicadas anualmente. Além disso, o controle de parasitas internos e externos deve ser feito periodicamente.
Doenças mais comuns
Furões estão entre os pets mais suscetíveis a algumas doenças específicas. O linfoma (câncer no sistema linfático) e o insulinoma (tumor no pâncreas que afeta a glicemia) são condições relativamente frequentes na espécie.
Também podem apresentar doenças cardíacas, como a cardiomiopatia, e distúrbios gastrointestinais — muitas vezes relacionados ao hábito explorador de ingerir objetos inadequados. O diagnóstico precoce faz toda a diferença para o tratamento e para a qualidade de vida.
Saúde física
No dia a dia, o tutor deve observar sinais físicos que podem indicar alterações de saúde: perda de apetite, emagrecimento rápido, apatia, alterações respiratórias ou dificuldades de locomoção.
O peso deve ser monitorado, já que tanto a obesidade quanto a perda acentuada podem ser indícios de problemas. Exercícios regulares e um ambiente estimulante ajudam a manter a massa muscular, a saúde articular e o bom funcionamento do organismo.
Saúde mental
Além da parte física, é essencial cuidar da saúde mental do ferret. Animais dessa espécie são extremamente curiosos e ativos, e precisam de estímulos constantes para evitar estresse e ansiedade.
A falta de interação e enriquecimento ambiental pode levar a comportamentos destrutivos, apatia ou excesso de vocalização. Rotinas previsíveis, brincadeiras diárias com o tutor, passeios supervisionados e acesso a brinquedos variados ajudam a preservar o bem-estar emocional do pet.
Alimentação e hidratação
Como animais carnívoros, os furões na natureza se alimentam de aves, anfíbios, ovos, répteis e pequenos mamíferos, embora consigam predar animais maiores que eles.
Como é um carnívoro estrito, sua dieta deve ser composta por proteína animal de alta qualidade. Por isso, a base da alimentação do ferret precisa ser ração extrusada própria para a espécie. Alimentos humanos, frutas, legumes ou grãos não são indicados e prejudicam a saúde do animal.
Nutrientes indispensáveis na dieta do furão
Além da escolha da ração adequada, é importante entender quais nutrientes são essenciais para o bem-estar do furão:
- Proteína animal de alta qualidade: é a base da dieta. Uma ração balanceada e específica para a espécie supre essa necessidade.
- Gorduras saudáveis: fornecem energia rápida e ajudam na absorção de vitaminas lipossolúveis, além de contribuírem para uma pelagem brilhante.
- Taurina: aminoácido fundamental para o funcionamento do coração, visão e sistema nervoso, que deve estar presente na ração.
- Vitaminas do complexo B: importantes para o metabolismo energético, especialmente em animais com tanta disposição.
- Vitamina E e outros antioxidantes: ajudam a combater radicais livres e proteger as células contra o envelhecimento precoce.
- Minerais como cálcio, fósforo e zinco: essenciais para ossos, dentes e para o equilíbrio metabólico.
Vale reforçar que suplementações só devem ser feitas com orientação veterinária. O excesso de determinados nutrientes pode ser tão prejudicial quanto a falta. Por isso, a escolha da ração correta e o acompanhamento com um profissional são indispensáveis para garantir que todas as necessidades nutricionais do furão doméstico sejam atendidas.
Hidratação
A água deve estar sempre disponível, de preferência em bebedouros fixados na gaiola para evitar que o pet derrube o recipiente durante as brincadeiras. A hidratação é indispensável para manter o bom funcionamento do organismo e prevenir problemas renais.
Higiene
Os cuidados com a higiene do furão doméstico vão muito além da gaiola. A saúde oral e limpeza do ambiente, por exemplo, são fundamentais para manter a saúde, conforto e bem-estar.
Saúde oral
Assim como cães e gatos, os furões podem acumular tártaro e desenvolver doenças periodontais.
A escovação regular com pasta específica para pets ajuda a prevenir o problema, mas, como nem todos aceitam a rotina, petiscos formulados para limpeza dental ou brinquedos mastigáveis também podem ser aliados.
Consultas periódicas ao veterinário são indispensáveis para avaliar a necessidade de limpezas profissionais.
Limpeza do ambiente
A caixa higiênica deve ter espaço suficiente para que o ferret consiga girar dentro do próprio eixo dentro dela, e o uso de granulado ou substrato ajuda na absorção de odores e na praticidade da limpeza.
A higienização deve ser diária, já que os furões podem se recusar a usar uma caixa suja. A gaiola, por sua vez, precisa de manutenção frequente: redes, mantas, túneis e brinquedos devem ser lavados semanalmente para evitar acúmulo de sujeira e a presença de parasitas.
Banhos
Apesar de terem um odor natural característico, os furões não devem tomar banhos com frequência. A pele é sensível, e banhos em excesso aumentam a produção de oleosidade, deixando o cheiro ainda mais forte. O ideal é que o banho aconteça apenas quando realmente for necessário e sempre sob orientação veterinária, utilizando produtos específicos para a espécie. O excesso de banhos pode gerar ressecamento da pele e queda de pelos.
Sono
Os furões são campeões de descanso. Dormem de 14 a 18 horas por dia em sono profundo, o que muitas vezes assusta os tutores iniciantes, que chegam a pensar que o pet não está respirando. Esse padrão de sono é natural e essencial para o equilíbrio do organismo.
Como garantir um bom descanso ao furão de estimação?
O ideal é oferecer uma gaiola com diferentes opções de repouso, como redes suspensas e tocas fechadas que simulem túneis confortáveis. Essas variações permitem que o animal escolha o local de acordo com o momento, transmitindo segurança e conforto.
Também é importante manter a área de descanso em ambiente tranquilo, longe de barulhos intensos, e evitar interrupções constantes. Camas macias e redes ajudam a aliviar a pressão nas articulações e tornam o repouso ainda mais reparador.
Adaptação da casa
Um furão solto pela casa sem supervisão é sinônimo de perigo. Eles exploram frestas, puxam fios, entram em móveis e podem facilmente se machucar. Por isso, a gaiola deve ser espaçosa e equipada com brinquedos, prateleiras e túneis para que o animal se exercite em segurança.
Escolha a gaiola ideal para seu ferret
As mais indicadas são as desenvolvidas especificamente para a espécie, que são mais espaçosas — com, pelo menos, 90 cm de altura, 80 cm de comprimento e 75 cm de profundidade. O ideal é que elas possuam diferentes andares, com bandejas grandes e confortáveis.
Mesmo assim, não é recomendado manter os animais na gaiola o tempo todo, afinal, eles têm a necessidade natural de explorar. Portanto, é interessante levá-los para passeios com coleiras especiais. Assim, você evita que ele se enfie em lugares perigosos.
A casa também deve ser adaptada para os momentos em que o ferret sai da gaiola. É importante tampar buracos, proteger fios e cabos e criar ambientes seguros de exploração. Muitos tutores optam por montar um pequeno “playground” exclusivo, onde o pet pode brincar sem riscos.
Atividade física e passeios
Embora durmam longas horas, os furões são extremamente ativos quando acordados. Eles precisam de estímulos físicos e mentais para se manterem saudáveis. Brincadeiras com túneis, bolas, brinquedos de forrageamento e atividades de caça simulada são ótimas opções para gastar energia dentro de casa.
Mas não só isso: os furões também podem passear. Com guia e peitoral adequados, os passeios se tornam uma excelente forma de gastar energia, estimular a curiosidade e reforçar o vínculo com o tutor. É claro, sempre em locais seguros e com supervisão constante.
Cuidado especializado para o seu ferret
Por serem pets não convencionais e com necessidades muito específicas, os furões precisam de atendimento veterinário especializado.
A rede Seres, rede veterinária da Petz, é referência nesse cuidado e conta com profissionais capacitados para atender espécies não convencionais, realizar exames preventivos e garantir suporte em qualquer fase da vida.
Esse acompanhamento é fundamental, já que muitas doenças nos furões se desenvolvem de forma silenciosa. Consultas regulares, vacinas em dia e um olhar atento do veterinário fazem toda a diferença para que seu ferret viva com saúde, segurança e bem-estar.
Ter um furão doméstico é viver com um animal único: um caçador curioso, afetuoso, cheio de energia e também de horas intermináveis de sono profundo.
Eles exigem adaptações na casa, supervisão constante e visitas frequentes ao veterinário, mas em troca oferecem companhia, inteligência e momentos de pura diversão.
Para te ajudar na missão de ter um furão de estimação, vale conferir o vídeo da Petz TV, com mais dicas sobre o tema:
E se a ideia é garantir os melhores cuidados, contar com o Centro Veterinário Seres é a certeza de que esse pequeno explorador terá toda a atenção e o suporte necessários para viver bem.
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