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Roedores como pets: tudo o que você precisa saber antes de escolher o seu

Publicado em 06 de novembro de 2025

Tempo de leitura: 5min

Dois ratos na roda dentro da gaiola.

Por Alexandre Rossi – Dr Pet 

Os roedores são animais incríveis. Entre eles, há várias espécies que podem ser ótimos pets, como hamster, camundongo e rato. Todos têm comportamentos curiosos e são cheios de energia — cada um tem seu jeito. Continue lendo para saber mais sobre esses animais e como garantir o máximo de cuidado e carinho.

Hamsters: muito mais delicados do que se imagina

O hamster sírio é o mais comum entre os pets dessa espécie. É curioso e muito ativo, mas

também mais independente. Diferente de outros roedores, ele não é naturalmente sociável. Gosta de viver sozinho e, embora possa se acostumar com o tutor, não costuma buscar o contato humano com frequência.

O segredo é ter paciência, falar com calma, criar rotina e deixar que ele se aproxime no próprio tempo. Quando isso acontece, o vínculo é sutil, mas real.

Por ser pequeno e frágil, o hamster precisa de cuidados extras. Uma queda, por exemplo, pode machucar seriamente o animal. E se ele passar por uma situação de susto intenso, pode ficar imóvel por alguns minutos, como se estivesse sem vida. Já ouvi histórias de gente achando que o pet tinha morrido, quando na verdade estava apenas em choque.

Esses animais também não têm noção de altura e não sabem escalar, então a gaiola deve ficar sempre no chão, com espaço e segurança.

São noturnos e preferem um cantinho escuro e silencioso para dormir durante o dia. Além disso, são solitários na fase adulta e costumam brigar quando vivem juntos. E se um casal não for separado, os filhotes chegam rápido: o cio é a cada quatro dias e a gestação dura cerca de quinze.

Hamster em casinha na gaiola.

Camundongos: pequenos observadores

Os camundongos são menores e mais discretos. São curiosos e gostam de explorar o ambiente, mas costumam ser mais tímidos. Com paciência, se acostumam com a presença do tutor e podem até se aproximar espontaneamente.

Esses roedores são bons para quem gosta de observar o comportamento animal, porque estão sempre investigando, cheirando e descobrindo o ambiente. Vivem melhor em grupo, desde que tenham espaço e uma gaiola bem estruturada, com túneis, brinquedos e locais para se esconder. Apesar do tamanho, precisam de enriquecimento e rotina.

São animais gentis e inteligentes, mas nem sempre apreciam tanto o contato físico quanto os ratos. O ideal é deixar que se aproximem no próprio tempo. Assim, eles ficam mais confiantes e menos estressados.

Camundongo em gaiola.

Ratos: sociáveis e surpreendentes

Os ratos domésticos, especialmente os do tipo Twister, são os mais sociáveis entre os roedores de estimação. Já foram domesticados há muitas gerações e, por isso, se adaptam muito bem à convivência com pessoas.

São brincalhões, carinhosos e aprendem rápido. Criam laços reais com o tutor e gostam de participar da rotina. O tamanho maior e o rabo comprido assustam à primeira vista, mas essa imagem não faz justiça ao que eles realmente são. O rabo, por exemplo, é essencial pro equilíbrio e para ajudar na regulação da temperatura corporal.

Quem convive com um rato doméstico descobre um pet afetuoso, curioso e cheio de personalidade. Eles gostam de explorar o ambiente, de subir no tutor e até de aprender truques simples. São animais inteligentes e sensíveis, que reconhecem a voz e o cheiro das pessoas próximas.

Rato comendo.

A inteligência dos roedores

Tive todos esses roedores e aprendi muito com eles. Todos sabiam voltar para gaiola quando eu chamava. Eu fazia um barulhinho e eles vinham correndo. Era incrível ver como memorizavam o caminho, passando sempre pelos mesmos pontos.

Esses animais têm ótima memória e adoram rotina. Quando se sentem seguros, mostram um comportamento curioso e atento. Essa interação é o que torna a convivência com eles tão especial.

Cuidados essenciais com roedores

Os roedores vivem pouco, em média três anos, e precisam de cuidados para ter qualidade de vida. Independentemente da espécie, a gaiola deve ser espaçosa, bem ventilada e ter brinquedos, túneis e um cantinho escuro para dormir.

Todos os roedores são noturnos e precisam de sossego durante o dia. O ideal é deixar o ambiente protegido, longe de correntes de ar e de luz direta, especialmente se houver outros pets na casa.

A alimentação deve incluir ração própria e pequenas porções de frutas e legumes seguros, recomendados por um veterinário especialista em roedores. Água limpa precisa estar sempre disponível, e a limpeza da gaiola deve ser feita com frequência para evitar estresse e manter o bem-estar.

Mesmo os mais independentes gostam de rotina e de perceber movimento por perto. Não são pets para ficar esquecidos num canto da casa. Eles observam tudo, reconhecem o tutor e, com atenção e paciência, retribuem com confiança e curiosidade.

Cada um tem seu jeito, mas todos mostram que quando o ambiente e o manejo estão certos, qualquer pet pode viver bem e se sentir seguro.

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Alexandre Rossi, conhecido como Dr Pet, é especialista em comportamento animal, zootecnista e médico-veterinário. Junto de seus pets, Estopinha e Barthô (in memoriam), Bruno e a gatinha Miah, ele é a maior referência no assunto do Brasil, divulgando seu conhecimento em estudos científicos, cursos on-line, programas de TV e redes sociais.

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