Brigas entre gatos: entenda as causas e saiba como agir
Publicado em 03 de novembro de 2025Tempo de leitura: 5min
Por Alexandre Rossi – Dr Pet
As brigas entre gatos preocupam qualquer tutor. Às vezes, o conflito começa de forma sutil e, quando a gente percebe, já virou correria e arranhões.
Minha gatinha Miah, por exemplo, já reagiu a gatos do condomínio através da tela, o que mostra como eles podem interpretar a presença de outro felino como uma ameaça mesmo sem contato 100% direto.
A boa notícia é que existem estratégias simples para identificar o que está acontecendo e agir de maneira segura. Confira como reconhecer as situações e o que fazer na prática.
Por que os gatos brigam?
Os gatos são animais territorialistas que valorizam o controle sobre os espaços e recursos da casa. Quando percebem que outro gato ameaça esse equilíbrio, podem reagir com agressividade. Isso vale até para animais que convivem há muito tempo, especialmente se houver mudanças na rotina.
Também é comum que as brigas estejam ligadas ao medo, à dor ou ao estresse. Um gato que volta do veterinário pode estar com cheiro diferente e deixar o outro confuso. E há casos em que um quer brincar e o outro está cansado ou assustado, reagindo de forma defensiva.
Brincadeira ou briga de verdade?
Nem sempre é fácil distinguir. Nas brincadeiras, há alternância de papéis, pausas e movimentos suaves em determinados momentos. As mordidas não machucam e as unhas ficam recolhidas.
Quando há briga, o corpo fica tenso, os pelos se arrepiam e as orelhas se voltam para trás. Um dos gatos pode vocalizar alto ou tentar se esconder.
Perceber essas diferenças ajuda a agir cedo. O recomendado é separar os gatos antes que o conflito escale e gere ferimentos e muito estresse, algo que costuma tornar a convivência cada vez mais difícil.
Reduzindo disputas dentro de casa
Muitos conflitos entre gatos começam pela disputa de espaço e recursos. Quando precisam dividir potes de comida, caixas de areia ou locais de descanso, o clima de competição aumenta e o estresse aparece. Para evitar isso, é importante garantir que cada um tenha acesso fácil a tudo o que precisa.
O ideal é ter uma caixa de areia por gato, mais uma extra, além de potes de água e comida em pontos diferentes da casa. Espalhar esses recursos faz diferença, porque evita bloqueios e permite que cada gato circule com liberdade. Prateleiras, arranhadores altos e cantinhos de descanso também ajudam a ampliar o território e reduzem os encontros diretos.
O impacto dos cheiros
Os cheiros têm papel importante no comportamento dos gatos. Quando um deles volta do veterinário, chega com odores diferentes e pode ser tratado como um intruso pelo companheiro de casa. O ideal é deixá-lo em um ambiente separado por algumas horas, até que o cheiro volte ao normal e o reconhecimento aconteça naturalmente.
O olfato é tão importante que, às vezes, a simples presença de outro gato, mesmo do lado de fora da casa, já é suficiente para despertar uma reação territorial. Entender essa sensibilidade ajuda o tutor a agir com mais paciência e a prevenir conflitos antes que eles comecem.

Como agir durante uma briga entre gatos
Separar gatos brigando requer cuidado. Nunca coloque as mãos no meio, pois o risco de ferimentos é alto. O método mais seguro é usar uma toalha ou cobertor grande para interromper o contato visual e afastá-los com calma.
Depois, cada gato deve ficar em um cômodo separado até que o ambiente esteja tranquilo. Evite gritos e barulhos fortes, que só aumentam o medo. Quando ambos estiverem calmos, é possível reintroduzir o convívio gradualmente, com supervisão.
Protegendo o gato mais vulnerável
Em muitas brigas, um dos gatos costuma se tornar o alvo principal. Esse gato precisa de locais seguros e elevados para observar sem se expor, além de acesso a comida, água e caixa de areia em áreas isoladas. Isso ajuda a restaurar a sensação de segurança.
Também é importante não recompensar o comportamento do gato mais agressivo. Dar atenção logo após a briga pode reforçar a atitude. Espere que estejam tranquilos e só então ofereça carinho ou petiscos.
Criando boas associações
Uma forma eficaz de melhorar a convivência é associar a presença do outro gato a algo positivo. Quando estiverem próximos e tranquilos, ofereça petiscos ou brinquedos. Assim, eles aprendem que o outro felino significa experiências agradáveis, e não ameaça.
Esse processo exige paciência e repetição. Forçar encontros quando ainda há tensão só piora a situação. O segredo é avançar aos poucos, sempre respeitando o limite de cada um.
Quando buscar ajuda?
Se as brigas continuarem, o ideal é procurar um médico-veterinário. Ele pode avaliar se há dor ou doenças interferindo no comportamento. Muitos casos de agressividade estão ligados a desconfortos físicos que passam despercebidos.
Depois de descartar causas clínicas, o ideal é contar com o apoio de um profissional especializado em comportamento felino, como os educadores da Cão Cidadão. Esse acompanhamento ajuda a entender o que está por trás das reações, orientar o passo a passo da reaproximação e criar um ambiente onde os gatos consigam relaxar de novo.
Para saber mais sobre o tema, confira o vídeo da Petz TV:
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Alexandre Rossi, conhecido como Dr Pet, é especialista em comportamento animal, zootecnista e médico-veterinário. Junto de seus pets, Estopinha e Barthô (in memoriam), Bruno e a gatinha Miah, ele é a maior referência no assunto do Brasil, divulgando seu conhecimento em estudos científicos, cursos on-line, programas de TV e redes sociais.
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