Tumor em cachorro: como ajudar o pet?

O tumor em cachorro é um tema delicado. Por ser um problema comum em praticamente todas as raças e idades, muitos responsáveis ficam receosos em falar sobre o assunto. Contudo, reconhecer a doença é o primeiro passo para um diagnóstico precoce, essencial no tratamento e na recuperação do animal.

A medicina vem avançando no combate à condição, e o conhecimento é a principal arma contra as complicações. Por isso, convidamos a médica-veterinária da Petz Dra. Sheila Molina para esclarecer dúvidas comuns sobre tumor em cachorro. Continue a leitura para aprender mais sobre o tema.

O que é o tumor em cachorro?

Conhecido também como neoplasia canina, o tumor é a multiplicação anormal de algumas células, gerando um aumento de massa excessivo de um tecido. Essa multiplicação acontece por um desarranjo na mitose celular.

Em qualquer localização, os tumores podem ser benignos ou malignos, conforme as características das células e a capacidade delas de se espalharem para outros tecidos. São os malignos que costumamos chamar de câncer.

Porém, independente da classificação, todo tumor deve ser investigado por um profissional. Trata-se de algo tão comum, que a taxa de cães com a doença é alta quando comparada a outros pets.

Quais os tipos de tumores em cachorro?

A neoplasia pode estar presente em diversos tecidos. Dessa forma, existem inúmeros tipos de tumores que podem afetar os cachorros de forma significativa. A região mais afetada nas fêmeas são as mamas. Já os machos têm tendência para desenvolver a condição nos testículos.

Por fim, tumores esplênicos (ou seja, tumor no baço do cachorro), hepáticos (no fígado), cutâneos (na pele), hematopoiéticos (no sangue) e nos ossos também são frequentes e podem acometer ambos os sexos.

Os cães ainda podem desenvolver outros tipos de tumores, dependendo de idade, raça e fatores de risco, como o tumor na pata do cachorro.

Dá para perceber os sintomas de um tumor em cachorro?

Afinal, como identificar tumor em cachorro? Como o câncer pode ter diferentes manifestações clínicas, identificar a condição pode ser um desafio.

De acordo com a veterinária, citar sintomas de câncer também é uma tarefa difícil, visto que muitos quadros são completamente diferentes entre si. Entretanto, a profissional reforça alguns sinais que podem indicar a presença de um tumor em cachorro:

• nódulos no corpo;
• inchaços ou aumentos de volume;
• fraqueza;
• emagrecimento progressivo;
• apatia;
• feridas;
• dificuldade em se alimentar;
• vômito;
• diarreia com ou sem sangue.

Como funcionam o diagnóstico e o tratamento?

O veterinário que receber um cão com suspeita de tumor realizará uma série de procedimentos. A anamnese e o exame físico são os primeiros passos. Depois, o especialista pode solicitar uma bateria de exames, dependendo do tipo de tumor.

Raio X, tomografia, ultrassom, exames de sangue e outros testes podem ser feitos para descartar todas as possibilidades da doença. “Uma vez identificado o tumor, a citologia e a biópsia também são de extrema importância”, reforça a Dra. Sheila Molina. Esses exames podem identificar o tipo de neoplasia, o que ajudará a definir a terapia mais eficaz.

Para o tratamento, a ciência veterinária também dispõe de diversas opções. Com o avanço das pesquisas na área, novas frentes podem ser indicadas. Confira os métodos mais comuns atualmente.

Cirurgia

Consiste na remoção da área afetada e costuma ser efetiva para tumores externos ou internos. O importante é que seja possível remover o tumor com margem de segurança, o que acontece naqueles que apresentam contornos bem delimitados.

A intervenção cirúrgica no tumor benigno em cachorro é recomendada de acordo com a avaliação individual do pet pelo médico-veterinário. Nesse caso, o profissional avalia, principalmente, se o tamanho e a localização estão afetando o bem-estar do animal.

Quimioterapia

É o uso de medicamentos antineoplásicos, que destroem células tumorais ou impedem a sua multiplicação. É indicada no tratamento de diversos tipos de câncer canino, como linfoma, mastocitoma e hemangiossarcoma.

Apesar da visão negativa que muitos responsáveis têm do processo, o tratamento nem sempre debilita o animal. “A quimioterapia em cães adota protocolos com doses de maior tolerância se comparada à humana”, explica a veterinária Sheila.

Eletroquimioterapia

Essa é uma terapia que age direto no local do problema e costuma ser usada principalmente para garantir uma margem de segurança maior após a remoção de um tumor. Ela também é muito útil em regiões do corpo onde não é possível retirar muito tecido, como membros, cabeça e pescoço.

Existem duas formas principais de aplicar essa técnica. A menos comum é aplicar o tratamento apenas na área afetada. Já a mais utilizada combina a aplicação de um remédio quimioterápico na veia com o uso de pequenos pulsos elétricos no local da cirurgia. Essa combinação faz o medicamento atuar apenas na região tratada, evitando efeitos no restante do corpo.

Como evitar os tumores?

Evitar o câncer em cachorro pode ser um tanto complexo. Devido às características genéticas, muitos cães são propensos a desenvolver o problema. Conforme reforça a Dra. Sheila, algumas raças possuem maior incidência de neoplasmas:

• Boxer;
• Rottweiler;
• Pittbull;
• Labrador;
• Poodle;
• Pug;
• Buldogue Francês;
• Golden Retriever.

Além da predisposição genética, a idade é um fator de risco. Cães mais velhos têm mais chances de desenvolver a doença, seja um tumor na pele do cachorro, seja em órgãos internos. Por isso, a veterinária dá algumas dicas para manter a saúde do pet e diminuir os riscos de ele desenvolver um tumor. Confira a seguir.

Alimentação e atividades físicas

A ração adequada é um ponto importante para evitar obesidade (que contribui para o desenvolvimento de tumores) e até outras doenças. Prefira as opções de alta qualidade, da categoria Super Premium.

Muitos responsáveis também optam pela alimentação natural, com alta palatabilidade. É outra alternativa eficaz; porém, é preciso lembrar que a dieta deve ser sempre prescrita por um médico-veterinário especializado em nutrição.

Por fim, promova atividades físicas regulares. Além de ajudarem no controle do peso, os exercícios auxiliam o sistema circulatório e contribuem para melhorar a imunidade.

Castração e consultas periódicas

A castração é indicada porque muitos tumores têm relação com os órgãos reprodutores. Apesar de haver mitos envolvendo a esterilização dos animais, essa é uma maneira eficaz de evitar alguns tipos de câncer, principalmente o de mama, ainda mais quando o procedimento é feito na idade recomendada pelo profissional.

Lembre-se também de levar o animal para visitas periódicas ao veterinário. O profissional pedirá exames de rotina e saberá identificar alterações no organismo do pet, o que contribui para um diagnóstico precoce.

Seguindo as orientações acima, você tem uma boa chance de evitar o tumor em cachorro e, caso ele apareça, de tratá-lo de forma precoce e mais efetiva. Se precisar de um veterinário, a Seres conta com clínicas muito bem equipadas e ótimos profissionais à disposição.