Comportamento

Afinal, o cavalo-marinho é um peixe?

Publicado em 03 de agosto de 2022

Tempo de leitura: 5min

Certas espécies desafiam as noções pré-concebidas a respeito das características das classes dos animais. Ao imaginar os atributos dos peixes, muitas pessoas pensam em animais com corpo horizontalmente alongado, nadadeiras e barbatanas. Porém, você sabia que o cavalo-marinho é um peixe também?

aquario com peixes e corais

Isso acontece com outros animais, como as aves. Nesse outro exemplo, muitos podem dizer que uma das características é que elas podem voar. Eis que vêm o pinguim e a galinha para contrariar. Como esse questionamento sobre as espécies é comum, é hora de saber porque o cavalo-marinho é um peixe e outras curiosidades.

Cavalo-marinho: um grupo diferente entre os peixes 

Em linhas gerais, os peixes podem ser divididos em dois grandes grupos: ósseos (osteíctes) e cartilaginosos (condrictes). Enquanto os primeiros possuem esqueleto constituído basicamente por ossos, os segundos têm um esqueleto formado principalmente por cartilagem, como é o caso dos tubarões e das arraias.

As brânquias e a formação das escamas são outras diferenças importantes entre os tipos de peixes. Com corpo coberto por escamas de origem dérmica, os peixes ósseos contam com fendas branquiais recobertas por uma membrana. Já os peixes cartilaginosos possuem brânquias expostas e escamas de origem tanto dérmica quanto epidérmica. 

Outra diferença notável é que somente os peixes ósseos possuem bexiga natatória, estrutura que os ajuda a flutuar, mantendo-os a determinada profundidade. Abrangendo cerca de nove a cada dez espécies de peixe, o grupo dos osteíctes é bastante numeroso e diverso. 

Cerca de 50 espécies de cavalos-marinhos fazem parte dele, subclassificados como gasterosteiformes, o que significa que o corpo tem o formato de um estômago. Entre as principais características dos animais do gênero Hippocampus, estão:

  • Postura ereta;
  • Cabeça com formato que lembra a de um cavalo;
  • Corpo coberto por anéis consecutivos de placas ósseas;
  • Focinho tubular;
  • Cauda preênsil geralmente enrolada para a frente;
  • Olhos que se movem de maneira independente. 

Com tamanho que pode variar de 2 a 35 cm (o menor é o chamado cavalo-marinho pigmeu), dependendo da espécie, habitam principalmente recifes de corais, manguezais e estuários. Estão distribuídos geograficamente em águas tropicais. Na costa brasileira, a espécie mais comum é o Hippocampus reidi, com 18 cm de comprimento. 

Cinco curiosidades sobre o cavalo-marinho

Se você descobriu somente agora que o cavalo-marinho é um peixe, não se sinta culpado. De fato, assim como o pinguim, entre as aves e os morcegos, e o ornitorrinco, entre os mamíferos, o cavalos-marinho é um animal fascinante, que foge à regra em uma série de aspectos. A seguir, separamos algumas curiosidades sobre o cavalo-marinho.

Está entre os piores nadadores que são peixes ósseos

Ao olhar para o cavalo-marinho, é fácil notar a ausência de características que tornam os peixes animais hidrodinâmicos. Em vez de um corpo horizontalmente alongado, ele tem uma postura ereta e conta com apenas duas pequenas, quase imperceptíveis, nadadeiras dorsais. 

Diante disso, não é de estranhar que ele seja considerado um dos piores nadadores no grupo dos peixes, o que não é problema, já que ele possui outras estratégias de sobrevivência.

aquario com peixes e corais 

É um excelente predador

Um formato hidrodinâmico, que facilite o nado, é muito importante para certas espécies perseguirem as presas ou fugir de predadores. Entretanto, no que diz respeito ao cavalo-marinho, a estratégia é diferente. 

Alimentando-se principalmente de minúsculos crustáceos, ele só precisa ficar parado, filtrando a água que contém o alimento. Para isso, a cauda preênsil é bastante útil, uma vez que ela enrola em hastes de algas e outras estruturas, ganhando mais estabilidade. 

É capaz de se camuflar

Já mencionamos que a pouca velocidade ao nadar também pode ser prejudicial para a fuga de predadores. Então, como o cavalo-marinho consegue sobreviver? Com outra estratégia bastante eficaz: a camuflagem. 

Semelhante ao que acontece com os camaleões, a cor do corpo do cavalo-marinho pode alterar de acordo com o ambiente, tornando-o menos visível aos predadores. Além da camuflagem, o cavalo-marinho compartilha mais uma característica com os camaleões: a capacidade de mover os olhos de maneira independente. 

É a fêmea quem dá o primeiro passo no cortejo

Se você achou diferente que o cavalo-marinho é um peixe, há outro detalhe ainda mais fascinante! Na natureza selvagem, é mais raro que a fêmea inicie o cortejo, mas é isso que acontece com os cavalos-marinhos. 

Ao avistar o macho, ela começa a roçar a cintura na dele, enlaçando-o com ajuda da cauda preênsil. Além disso, é ela quem introduz o tubo ovipositor no macho. 

É o macho que engravida

Sem dúvidas, esse é um dos fatos mais curiosos e conhecidos a respeito do cavalo-marinho. Depois do cortejo e da introdução do tubo ovipositor da fêmea na região ventral do macho, os ovos são fecundados e mantidos na bolsa incubadora deles, onde são nutridos por meio de um sistema de capilares sanguíneos. 

A incubação dura entre 10 a 25 dias, sendo que, das centenas de ovos, apenas alguns sobrevivem. Outro fato curioso acerca da reprodução do cavalo-marinho é que o macho pode receber ovos de várias fêmeas na bolsa incubadora. 

Quanto à criação deles em aquário, no Brasil, é permitida a comercialização do cavalo-marinho de focinho longo (Hippocampus reidi). Ele deve ser comprado apenas de criadouros autorizados pelo IBAMA, garantindo a origem em cativeiro sem causar impactos ao ecossistema. 

aquário com corais

Agora, você já sabe que o cavalo-marinho é um peixe e pode descobrir outras curiosidades aqui, no blog da Petz! São diversos conteúdos sobre o mundo animal para te deixar ainda mais fascinado pelas diversas espécies!

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